3 de out. de 2010

Momento Decisivo


Sou uma apaixonada por Vôlei. Em tempos de Mundial da modalidade fico com o coração dividido. Mas, por mais que possa parecer, o caminho deste artigo não irá para os lados do esporte que jogamos com as mãos e sem contato físico. Vou continuar meu monotema de 2010: Campeonato Brasileiro de Futebol. Muito porque o Fluminense segue sendo o principal candidato ao título e sempre “por mais uma semana”, como diria O Profeta.
Acontece que vou tomar todas as liberdades e pedir emprestado ao Vôlei uma análise bem peculiar para explicar o momento em que estamos no Brasileirão.
Joel Despaigne foi um jogador de vôlei da década de 90. Jogou muito! Era daqueles cubanos que não ostentavam apenas força física. Tinha classe, talento e foi campeão. Chegou a ser eleito melhor jogador do Mundo na modalidade por uma ou duas vezes. Ele e Diago, então levantador de Cuba, formavam uma dupla quase imbatível. Acontece que Despaigne tinha um pequeno problema. Algo que os especialistas do Vôlei chamam de Terceiro Nível do set. Em seu tempo o terceiro nível começava quando a equipe atingia o décimo ponto no set de jogo (naquela época ainda existia a vantagem) e cobria, também, toda a extensão do tie-break (o último e decisivo set onde, tanto naquela época quanto agora, não existia a vantagem). Despaigne simplesmente tremia no Terceiro Nível. Quando Cuba vencia algum jogo, com relativa vantagem, ele até que se saia bem. Mas se a partida estivesse equilibrada não havia jeito: era bola pra fora, bola no bloqueio, largadinhas improdutivas. Ele tremia.
Toda essa firula sobre Vôlei, Terceiro Nível e Despaigne serviram para chegar ao ponto. Nós estamos chegando no Terceiro Nível do Brasileirão 2010. O momento decisivo da história toda. Por muitas rodadas jogamos com nossa equipe machucada por sérios desfalques. No jogo de hoje, em que o Fluminense empatou com o Grêmio Franquia em 1 a 1 não tinhamos atacantes reservas. Assim como não tivemos no jogo contra o Avaí e em alguns outros anteriores. O fato é que, mesmo com todas as máculas permanecemos no topo. Certamente se houvesse um ponto extra para o maior número de semanas na ponta (assim como existe na Fórmula Indy pelo maior número de voltas na liderança) o Tricolor seria merecedor. Mas não há. O quê existe é a reta de chegada. O tal Terceiro Nível. Onde, necessariamente, os caras que entram ou que querem entrar para a história devem aparecer.
O Corinthians terá seríssimos desfalques nos próximos jogos. Elias estará na Seleção Brasileira nas próximas três partidas (incluindo o jogo adiado contra o Vasco), Ralf machucado por um mês, o capitão Willian não jogou hoje com problemas musculares, Dentinho permanece afastado e Jorge Henrique (responsável por muitos “penaltis”sofridos no campeonato) teve um problema aparentemente sério e saiu carregado do Pacaembu. Viverá, o Corinthians, situação semelhante ao que o Tricolor vive.
Na reta final teremos a volta das nossas grandes apostas na temporada: Fred e Emerson. A expectativa é altamente positiva. Fred já mostrou que pode ser o oposto de Despaigne. Ano passado assumiu a responsabildiade e jogou no limite durante a inesquecível cruzada conta O Impossível. Além dele, a equipe, marcada por aquela campanha incrível, também possui e demonstrou possuir capacidade suficiente para entender e enfrentar, com maestria, o momento que se aproxima. Eles sabem atuar no Terceiro Nível!
A hora é essa! Vamos encarar!


2 comentários:

  1. Adorei a comparação, perfeita a sua visão, estamos num momento muito importante, e os ventos estão soprando a nosso favor! Não aceitaremos derrotas ou empates bobos! Estamos com uma das mãos na taça!
    ST e seguindo-te agora! Bjs

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  2. Renata, desculpe a demora, mas cá estou para comentar.

    Seu texto é muito bom. Se eu tivesse poder para isso, faria chegar aos nossos jogadores.

    Exatamente pelo ano passado, eu acredito que conseguiremos.

    Serão 10 jogos para a História.

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